terça-feira, 9 de abril de 2019

Quanto tempo...

Pois então...a maternidade me sequestrou dos devaneios do passado e me deu bastante "louça pra lavar".

Por algum motivo, após ler mais uma notícia catastrófica hoje (é impressão minha ou o mundo tá indo ladeira abaixo?), tive um estalo. O que mesmo eu tô fazendo pra ajudar as pessoas além do meu umbigo? É verdade, antes da maternidade eu queria salvar o mundo...ou pelo menos tentar. Mas, quando minha querida psicóloga me avisava que maternidade era um trabalho 24x7, eu achava que era exagero. E com dois filhos então? Sem tempo pra pensar na morte da bezerra (esse assunto merece um post paralelo sobre minha tentativa sofrida de explicar a morte da bezerra pra Bel).

Então, de volta à pergunta..veja bem...estou criando (me esforçando) dois serumaninhos. Quando me refiro à criar, significa: crianças saudáveis física e mentalmente (quando dá, né gente?). E isso dá um trabalho do cão. Mas pelo menos aqui do nosso lado, trabalhamos para garantir (o futuro only God knows) duas crianças do bem ( "de bem" não...por favor!) nesse mundo louco e caótico e psicótico. Já é alguma coisa, certo?

Por enquanto é isso. Pensando um pouco mais em como continuar na batalha por esse planeta. Mas, lembrei que há um mês dei uma sugestãozinha básica para uma startup que espero que vingue. Se vingar, vai ser muito bacana pro Kiva. Mais adiante vou sondar outras instituições com proposta parecida e jogar essa sugestão lá também. Outra hora, explico com calma.

Vou nessa...bom voltar a escrever. :-)

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Bondade ou prepotência?

Outro dia, enquanto falava com minha psico sobre o como eu gostaria de ajudar um amigo que estava em uma situação muito difícil e como eu, na verdade, conseguia enxergar a solução mas não conseguia expor isso de forma clara pra esse amigo, ela retrucou:

-Ah, prepotência também não, né?

Não preciso dizer o quanto fiquei ofendida e, em resumo, fula da vida com essa observação. Como assim? Eu abrindo meu coração e expondo minhas nobres intenções e é assim que ela vê as coisas?!? However, eu confio deveras na psico a ponto de saber que ela pode estar vendo (as chances são altíssimas!) algo que eu não queira enxergar. Anyway, passei o resto da semana com essa pulga atrás da orelha: "Hum, será isso prepotência mesmo?"

No fundo, eu sei que sou movida por bons motivos. Mas, será que o fato de achar que posso solucionar assim os problemas alheios não é ser prepotente? Não preciso dizer que não precisei pensar tanto assim pra chegar na conclusão que, sim, é prepotência mesmo.

Mas as coisas não terminam aí. Em outra ocasião, escutei um amigo demonstrar uma certa ignorância no que seria ético ou não. Fiquei um pouco decepcionada pensando "Nossa, como o João pode ter uma idéia (ainda não me acostumei a tirar o acento dessa palavra) tão rasa de ética?". Mais uma vez, pensei em como eu poderia ajudar o João a elevar os conceitos e entender que é possível agir de forma diferente? Me pus a procurar textos; histórias reais que tratassem do assunto com o intuito de compartilhar com ele. Por algum motivo, desisti.

Hoje, do nada, a questão voltou à minha mente. Por que simplesmente não posso aceitar as pessoas como elas são? Não é a D.Prepotência dando as caras de novo me levando a me achar melhor que os outros? Quantas pessoas já não tiveram a mesma sensação sobre mim quando eu demonstrei algum tipo de ignorância? E quantas continuaram me amando mesmo assim? Muitas. A começar por meus pais, meu irmão, meus amigos, meus mestres....muita gente. E o que me impede de agir da mesma forma com os outros? Nada. Pode parecer óbvio, mas acredito que a ficha caiu de verdade dessa vez. Really. É como se dessa vez a idéia se concretizasse numa ficha de verdade e caísse na minha frente fazendo plim-plim-plim!

Ah, claro. Não desisti de ajudar os amigos. Mas acho que faz total sentido baixar minha bolinha e agir com mais humildade. E que o ideal é que "sejamos a mudança que queremos ver no mundo". Além de pedir paz, que sejamos mais pacientes. Se quisermos mais gentileza, que sejamos mais gentis. Se queremos mais justiça, honestidade, respeito, etc, que comecemos nós mesmos a exercitar esses ideais. And so on...

...eu ainda acredito no poder se uma só andorinha....

See ya!

sábado, 27 de agosto de 2011

Palavrão!!!

Aviso: Antes de continuar lendo "queira estar sabendo" que esse post está repleto de palavras obscenas e de baixo calão! Ainda que censuradas por um "*" podem chocar os mais sensíveis...


Já faz um tempinho venho sentindo falta de poder falar um palavrãozinho de vez em quando...Explicando, desde que vim pra POA a quantidade de gente que eu vi falando p*, c*, c*cete, vai se f*, etc, foi "0"! Tirando uma vez em que vimos um motoqueiro mega-indignado com POA em uma noite de chuva braba(sei até o dia: 22 de Fevereiro de 2007) e que ele xingou "Cidade de meRRRRRda" - esse R bem puxado que nem o pessoal do interior fala - nunca mais ouvi nada.

Isso inclusive já foi assunto de bastante conversa e admiração minha, do meu irmão e do Sheron quando eles vieram nos visitar no fim desse mesmo ano. Meu irmão, por exemplo, me contou bastante admirado como ele tinha visto uma discussão entre uma senhora e um passageiro dentro de um ônibus em que a senhora bastante indignada falou "Que pessoa mais mal-educada!". Ficamos bobos. Na boa, em Manaus, no mínimo tinha rolado um "Filha da p*ta!". E dito e feito. Ainda naquele ano, passei o Natal e Ano Novo em Manaus. E em um passeio ao Parque Jefferson Perez (I guess) nós não parávamos de rir porque ali todo mundo falava palavrão pelos cotovelos. Se esbarrava em alguém, "Ai c*ralho!", se deixava alguma coisa cair no chão, "Ai c*ralho!", se tropeçava em alguma pedrinha "Ai c*ralho!", "Ai c*ralho!", "Ai c*ralho!"!!!

Assim, talvez em Manaus eu vá aos lugares errados (não creio) e em POA idem (not sure). De qualquer forma, o post de hoje é mais pra falar da saudade que sinto de poder dizer um "Vai a m*!" sem chocar ninguém. É meio que um "efeito terapêutico" do palavrão. Nunca fui muito adepta de usar palavrão no lugar da vírgula como o exemplo lá do parque, mas de vez em quando, em momentos de ira, achava tão relaxante encher o peito e mandar alguém "tomar no c*". Na verdade, nunca disse isso pra ninguém. Mas pelo menos lembro de poder desabafar entre amigos e ninguém ficar chocado com isso. No fim, tudo acaba em brincadeira. Tem dizeres que são a cara de Manaus, tipo o "Tamo na p*ca!" que sempre usávamos no segundo grau quando estávamos ferrados em alguma matéria ou o "Ah, manda ele/ela dar meia hora de c* que resolve!". Hahahahaha, nada a ver. Mas só por ser engraçado, já amenizava a situação.

Lembro que em um dos estágios na adolescência, no Distrito Industrial, tinha piadinha que sempre rolava quando alguém ia levar uma chamada do chefe. Era sempre aconselhado que a "vítima" levasse vaselina para que tudo fosse menos dolorido! Hoje em dia ainda vejo várias situações no trabalho que pedem certa dose de vaselina, mas no way de falar alguma coisa. Pode rolar um processo interno!

Essa conversa me leva a lembrar da minha primeira experiência com palavrões. Eu tinha uns 02 anos de idade (!!!!)e estava no colo da minha mãe enquanto meus tios jogavam dominó em uma mesa ao lado. Eles eram bastante barulhentos, daqueles que batiam com força na mesma na hora de jogar as pedras e bastante bocas suja também. Eu observava e me divertia bastante quando meu pai veio fazer uma brincadeira, que em situações de monotonia eu gostava, mas naquela hora me distraía do meu divertimento. Ele veio: "Filhota, cadê o cheiro do pai?" e eu dei um cheiro; "Cadê o abraço do pai?" e eu abracei, "Cadê o beijo do pai?" e eu beijei. E pensei "Já deu né? Tchau!". E aí o papai começou tudo de novo e eu mais uma vez (já p*ta da vida) fiz tudo direitinho e me virei pra continuar assistindo o jogo. E, claro, lá vem o papai de novo "Filhota, cadê o cheiro do pai?" e eu me fingi de morta. Ele continuou "Não vai dar o cheiro no pai?!?!?!" e eu "Não, calalho!". PAM! Todo mundo ficou pasmo! Meu pai ficou mais branco de uma macacheira de susto!!!! Mas claro que eu era um anjinho e depois de averiguarem os fatos viram que eu era inocente, só estava repetindo o que tinha visto meus tios fazendo. Ha!

E como eu era uma esponjinha, anos mais tarde (acredito que eu tinha uns 07 anos) a história se repetiu com o mesmo palavrão. Morávamos em PTR nessa época. Nosso vizinho encheu o carro com a mulecada foi dar um passeio pela cidade. Tudo ia bem até que pegamos uma ladeira de descida e aí ele descobriu que o carro estava sem freio. Bem, basta dizer que a descida ocorreu com muita emoção e gritaria de nossa parte! Chegando em casa o vizinho relatou o fato dessa forma para sua mulher: "Fulana, o carro tá sem freio e nós descemos a ladeira da feirinha que foi com os c*ralho!"
. E eu corri para casa para contar pros meus pais da mesma forma, ponto por ponto, vírgula por vírgula. Mas dessa vez lembro que a situação foi tão inusitada que meu pai não conseguiu disfarçar um sorriso no canto da boca. Mas claro, ouvi horrores de que aquela era uma palavra muito feia e que eu não deveria repetir. Bem, isso durou por mais ou menos uns 10 anos, foi quando as agruras da vida de estudante realmente começaram a pegar e aí não tive como não recorrer às "doses homeopáticas" de palavrão com mais frequência. Ainda assim, "c*ralho" é  uma palavra que recorro só em ocasiões muito especiais. :-)

Anyway, não digo que acho legal falar palavrão à toa. Isso faz o "efeito terapêutico" se perder. Tem que ser dito só em momentos de muita necessidade mesmo.Que nem aqueles amuletos ou poções mágicas que só devem ser usados em momento de desespero e com sabedoria! P*ta que pariu, essa foi f*da, né?!?!?!

Adios!